Gulosa-gordinha e amiga de outra Gulosa-gordinha, eu e a Dadá decidimos - com aqueles ares que "mulheres mandam em tudo mesmo", que íamos sexta-feira a noite para um bar aqui de Fortaleza comer as delícias que serviam por lá. E lá fomos nós, com todo carinho, o Ricardo nos levou, família, para encontrar a minha amiga Dadá e o marido dela, também nosso amigo, Dangelo.
Entramos no bar, que por sinal era muito maior que aparentava ser a primeira vista - logo de entrada, nos sentamos, tinha todo tipo de pessoas, de pessoas mais jovens, solteiras a famílias, e até pessoas da melhor idade, fomos delicadamente atendidos, pedimos uma batata frita - Mateus ama a tal das "TATATAS", e coca-cola, outra paixão do meu pequenino. "CÔCA-CÔLA, tsiiii tsiiiiii" ele diz, com direito ao barulhinho do gás e tudo. AMO. A batata demorou um pouquinho a chegar, e ele continuou se comportando bem, não tinha uma agitação maior que a nossa, ali, ansioso pelas suas "TATATAS"...
Mas logo veio nossa primeira saia justa, JUSTÍSSIMA. Perto de nós tinha uma mesa com 3 moças e um menino, dos seus 6, 7 anos, acho... Ele se aproximou do Mateus, sem olhar nos nossos olhos começou a repetir compulsivamente se o Mateus queria brincar com ele, se ele podia brincar com o Mateus. O Mateus por sua vez começou a se agitar, incomodado, inocentemente incomodado. E agora? De minuto em minuto, quando o mundo do Mateus voltava ao seu normal, o menino voltava a nossa mesa, e nos víamos numa situação de "o que a gente vai fazer?" Na outra mesa pude perceber que a mãe dele sentia-se exatamente como nós, sem saber o que fazer. Estávamos todos no mesmo barco. Eu e o Ricardo nos entre olhávamos assustados, sem reação. O Mateus se agitava e ficava cada vez mais próximo de ter uma crise de raiva... E nós não podíamos ser boçais a ponto de dizer "ei, menino, saia daqui" ou "moça, tire o seu filho daqui". JAMAIS. Que tipo de pessoas seríamos nós se fizéssemos isso? Só queríamos que nosso filho ficasse bem. A mãe do menino, acho que também tentando evitar uma crise de raiva dele, e também desejando que o filho ficasse bem, deixou ele ali. Quando as benditas "TATATAS" chegaram, amarelinhas, brilhantes, quentinhas, o Mateus ficou no perigoso mundo dos junkies foods, em paz. Pouco tempo depois chegaram a Dadá e o Dangelo, foi quando a mãe do menino resolveu, por força, levá-lo para mesa, acho que a noite dela quase terminou ali, ele chorou e gritou por muito tempo, e eu mãe, sei o quanto dói aquela avalanche de olhares curiosos, aquele menino mimado, malcriado, que a mãe não educa... e blá blá blá. Ahhhhh pobres pessoas, não sabem NADA-DA-VIDA. Nós 5 - eu, mô, Mateus, Dadá e Dangelo, como dizem aqui, comemos até espocar, o Mateus curtiu a noite, deu voltas com o pai conhecendo cada cantinho do lugar, e no fim de tudo, conseguimos ir para casa
em paz. Tenho até um momento LINDO dele com o pai, registrado para vocês.